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ANDRÉ E A FADA DA SABEDORIA






André era um dos Guardiões dos Ovos. Quando ele não estava desempenhando sua função, ele voava na direção que o seu coração apontava. E o seu coração só conhecia a estrada que conduzia à flor onde morava Anelita. Ela era muito tímida e só se sentia segura no interior de sua flor. André pensava: “Anelita se esconde, porque não possui asas!... Se eu conseguisse encontrar uma daquelas pedras mágicas que se transformam em asas quando jogadas para o alto, eu a entregaria a Anelita, e talvez ela aceitasse o meu pedido de casamento, que renovo sempre que a vejo!...





André sentia muita saudade de Anelita e, naquela manhã em que ele teria a oportunidade de visitá-la, ele se deparou com uma missão inesperada: Ele precisava descobrir de quem era o estranho ovo que ele havia encontrado no interior da floresta. Ele conhecia todas as aves, e aquele ovo dourado não poderia pertencer a nenhuma delas!... Ele resolveu pedir ajuda à Fada da Sabedoria, e saiu à procura da Guardiã do Sono da Fada da Sabedoria, porque ela era a única que conseguia localizá-la.




Após algumas horas de voo, André finalmente avistou a Guardiã do Sono da Fada da Sabedoria entre as flores. Quando ele se aproximou, ela foi logo dizendo: “A Fada da Sabedoria não poderá recebê-lo, porque está muito ocupada tentando reparar o erro do Entregador de Pedras.”.

A saudade de Anelita encorajou André a dizer: “Eu tenho urgência em ver a Fada da Sabedoria, porque só poderei renovar o meu pedido de casamento à Anelita depois que descobrir a quem pertence o ovo dourado que encontrei!...”. Ele ficou alegremente satisfeito quando a Guardiã do Sono da Fada da Sabedoria ordenou: “Siga-me.”.




Minutos depois, André já se encontrava na presença da Fada da Sabedoria. Ela permaneceu virada de costas para ele, contemplando as flores, enquanto dizia: “Já está tudo resolvido. A pedra que o Entregador deixou cair, quando novamente perdeu o equilíbrio porque prendeu o pé na asa, estava destinada à sua noiva. Volte e entregue a pedra a ela.”.




Imensamente feliz, André agradeceu e partiu levando consigo a pedra mágica que se transformaria em asas e, mais do isso, ele carregava em seu coração a certeza de que Anelita finalmente aceitaria o seu pedido de casamento.



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SUZANA E A DIMENSÃO DAS FADAS


A mãe de Suzana vivia dizendo: “Por que você dorme tanto?!... Acorda tarde e sempre chega atrasada à escola!... Depois, quando volta, mal se alimenta e deita outra vez!... Preciso levá-la ao médico!... Você deve estar com algum problema!...”.

Suzana apenas ouvia e não respondia nada!... Ela pensava: “Eu preciso dormir para vê-lo em meus sonhos!... Ele é uma fada, e eu o amo!... Ele também me ama e deseja que eu deixe esta realidade para viver ao lado dele!... Ele é tão pequeno, e eu sou tão grande!... Se eu aceitar me casar com ele, encolherei e terei que abandonar minha família e meus amigos!... Ele disse que eu ganharia asas, e nós seríamos muito felizes!... Preciso dormir para vê-lo em meus sonhos!...”.





Com o passar do tempo, o amor venceu o medo e a resistência de Suzana. Quando ela finalmente aceitou o pedido de casamento, o seu corpo desapareceu de seu quarto e materializou-se em tamanho reduzido na dimensão das fadas. Um delicado par de asas surgiu em suas costas e permitiu que ela realizasse o seu primeiro voo sobre o campo florido, que se tornaria o seu lar.







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O CANTO DE LISA


Sentada sobre uma pedra, Lisa suspirava, e seu ânimo se esvaía enquanto ela contemplava a estrada que se estendia à sua frente!... Ela caminhara tão pouco e já se sentia tão cansada!... Ela não acreditava que conseguiria chegar ao carvalho das fadas construtoras!... Se, ao menos, ela tivesse asas!... As lágrimas corriam pelo seu rosto, e ela continuou sentada, acariciando sua falta de habilidade em lidar com a situação!...  

De repente, Lisa teve uma ideia: Ela se lembrou de pedir ajuda à fada Lívia. Ela era sua amiga e possuía asas!... Ela certamente conseguiria chegar ao carvalho antes do anoitecer. Lisa começou a cantar, e sua voz era belíssima!... Em pouco tempo, ela conseguiu atrair a atenção não só da fada Lívia mas também de muitas outras fadas.

Surpresa ao ver quantas fadas se reuniram ao seu redor para ouvi-la cantar, Lisa calou-se por alguns segundos e, quando voltou a cantar trocou a letra da música pelo pedido de socorro que lhe sufocava a alma: “Bondosas fadas, minhas amiguinhas, vocês precisam ajudar!... Sou muito pequenina para no carvalho das fadas construtoras chegar!... Elas precisam reconstruir a ponte que um tronco de árvore quebrou quando caiu!... Só eu estava na margem oposta e vi o desespero no rosto das minhas amiguinhas, que ficaram presas  na outra margem do rio!...”. Uma das fadas respondeu: “Nossas asas são fortes, e poderemos buscar suas amigas. Depois as fadas construtoras se encarregarão de consertar a ponte!...”.

As fadas partiram e logo retornaram trazendo as amigas de Lisa. Elas também não voavam, mas cantavam docemente, e a alegria do reencontro deu início a uma festa inesquecível!...




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SELMA E A FADA DA ALEGRIA






Selma adorava contemplar as flores e sempre carregava a máquina fotográfica na bolsa, para não perder a oportunidade de eternizar aqueles momentos mágicos em que ela parava e ficava embevecida com tanta beleza!...

Em uma dessas ocasiões em que Selma não conseguiu resistir e parou para fotografar algumas flores, algo surpreendente aconteceu: ela também conseguiu fotografar uma fadinha risonha no interior de uma das flores.

Selma ficou muito feliz em poder eternizar aquele sorriso e batizou a fadinha de “Fada da Alegria”. Mas lamentou não ter conseguido ver a fada no momento em que tirou a foto... Ela só percebeu que havia fotografado uma fada no dia seguinte, quando reservou alguns minutos para rever as flores que ela havia observado.




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O BONEQUINHO, O GAROTO E A CHUVA COLORIDA







Era uma vez um bonequinho feito de doces, que era muito infeliz. Em pensamento, ele vivia repetindo a si mesmo: “Olhe só para você!... Você poderia ter nascido salgado em vez de doce!... Quem vai querer saboreá-lo depois de ter comido tantas delícias salgadas?!... Daqui a pouco, estará esquecido em um canto, todo coberto de formigas!... Seria melhor não ter nascido!...”. Mas a autoestima do bonequinho voou até as estrelas, quando um garoto começou a brincar com ele e o presenteou com uma chuva doce e colorida, que lavou a tristeza que havia em seu coração. O garoto sorriu quando pensou ter ouvido seu amiguinho exclamar: “Que felicidade!...”.



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O QUADRO E O ESPELHO NO QUARTO DA PRINCESA CLOTILDE






O rei Clóvis ouvia tristemente Ernesto, o príncipe do reino vizinho, elogiar os quadros de flores que sua filha Clotilde havia pintado. A jovem desaparecera em seu próprio quarto, e agora só restavam os quadros, as lembranças e um espelho no quarto dela, que intrigava o rei.

O rei já demonstrava sinais de cansaço quando o príncipe, antes de recolher-se, comentou: “Eu ouvi dizer que a princesa pintou outro quadro muito bonito dois dias antes de desaparecer... Eu gostaria de vê-lo, se Vossa Majestade consentisse naturalmente.”.

Com o semblante marcado pela desventura, o rei disse: “Ele está no quarto de Clotilde, na parede oposta àquele maldito espelho. A mãe de Clotilde era uma fada muito vaidosa e jamais teria consentido em envelhecer ao meu lado. Amor nenhum seria suficiente para convencê-la a abrir mão de sua imortalidade, e eu a vi atravessar o portal que o espelho revelou por alguns segundos. Eu não tive tempo de impedi-la e continuei segurando a pequena Clotilde em meus braços. Embora ela ainda fosse um bebê, eu tenho a certeza de que ela compreendeu que sua mãe havia partido para sempre.”.

Minutos depois, o príncipe Ernesto entrava no quarto da princesa Clotilde. Ao ver a sua amada imóvel, como se estivesse aprisionada pela moldura do quadro, ele murmurou: “Como fui tolo!... Eu deveria ter dito que te amava, Clotilde!... Mas isso de nada teria adiantado, porque você deve ser tão vaidosa quanto sua mãe e não permitiria que o tempo consumisse sua beleza!... Agora é tarde!... Infelizmente eu terei que conviver com essa perda, que dilacera o meu coração!”.

O príncipe continuou contemplando o quadro por mais alguns minutos. Depois, instintivamente, ele se voltou para o espelho e ordenou: “Devolva, devolva o que me roubou, ou eu o reduzirei a pedaços!... Ninguém nunca se atreveu a desobedecer minhas ordens. Você não será o primeiro!...”.

As lágrimas escorriam pelo rosto de Ernesto, e ele, pela primeira vez em sua vida, sentiu-se fraco e impotente ao compreender que não era um simples espelho que o desafiava e sim o destino... A solidão seria sua amarga e eterna companheira, porque mulher alguma conseguiria preencher o vazio que Clotilde havia deixado em seu coração. Ele sentou na cama e escondeu o rosto entre as mãos, para dar vazão ao choro.

Ernesto levantou a cabeça quando, de repente, sentiu alguém acariciando suavemente seus cabelos. Sem conseguir acreditar no que os seus olhos viam, ele murmurou: “É você, Clotilde?!... Por favor, diga que isto não é apenas um sonho!...”.

Após um doce suspiro, a princesa Clotilde revelou: “Eu não atravessei o portal do espelho porque temia envelhecer... Eu imaginei que você estivesse apaixonado por sua prima Sofia e tencionasse casar-se com ela. Eu não suportaria envelhecer ao lado de um homem que não fosse você. Eu também te amo, Ernesto, e te amarei para sempre!...”.

Ernesto, sem dizer uma só palavra, mergulhou nos olhos de Clotilde e a beijou ternamente. Depois do longo beijo, eles foram acordar o rei Clóvis, e ele se sentiu imensamente feliz com o retorno de Clotilde e com a notícia de que ela desejava se casar e envelhecer ao lado de seu amor!...









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ROSINHA E O JARDIM DAS FADAS







Na vila onde Rosinha morava, não havia uma só pessoa que não comentasse que ela era muito estranha. Todas as noites, a mãe de Rosinha trancava portas e janelas... Mas, na manhã seguinte, mesmo que estivesse chovendo, lá estava a garotinha dormindo no jardim que havia no centro da praça.

Certo dia, um antigo morador sugeriu que destruíssem o único jardim que havia na vila. Mas uma senhora, cuja opinião também sempre era respeitada, disse pausadamente: "Não creio que seja uma boa ideia... Já destruímos todos os jardins... Só restou esse... Conseguimos nos livrar da aparição constante das fadas, mas talvez elas voltem a nos incomodar se destruirmos essa última morada. Rosinha nasceu muda e não pode nos contar o que acontece todas as noites naquele jardim... É bem melhor que seja assim!... Quanto menos soubermos sobre essas criaturas minúsculas de asas, melhor!...".

E Rosinha, todas as noites, acordava e encontrava pétalas de rosa no chão, formando um tapete do seu quarto até a porta da cozinha... Ela amava as flores e não ousaria pisar em suas pétalas!... Ela apanhava a cestinha e as recolhia. As fadas também amavam as flores e sorriam quando Rosinha aparecia no jardim para devolver as pétalas. Em retribuição, elas ofereciam bolo e chá para a garotinha... E usavam as pétalas para cobrir a grama e proporcionar a ela um lugar macio e perfumado onde dormir. Rosinha adorava deitar-se naquela cama de pétalas de rosa!... Enquanto o sono não vinha, ela apreciava o canto e a dança das fadas!...

Houve uma noite em que o coração de Rosinha se entristeceu. Depois daquela noite, Rosinha nunca mais encontrou as portas abertas e o tapete de pétalas à sua espera... Rosinha chorou muito na noite em que ouviu uma das fadas dizer: "Esta será a última noite que você passará conosco. Sabemos que não somos bem-vindas nesta vila... O nosso jardim está morrendo e, mesmo que teimássemos em preservá-lo, ele acabaria sendo destruído pelos moradores, porque eles não confiam em nós e preocupam-se com a sua segurança. Você nos trouxe muita alegria e gostaríamos de ofertar-lhe um presente: feche os olhos e deseje, de todo o coração, ter uma voz tão doce e melodiosa quanto a nossa!... Agora volte para a sua casa e durma na sua própria cama. Quando você acordar, todos se surpreenderão ao ouvi-la falar e cantar. Mas eles não poderão aborrecê-la com sua enfadonha tagarelice, porque se calarão durante cem dias... Esse foi o número de jardins que eles destruíram.".





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RENAN, A VELHA SENHORA E OS MONSTRINHOS







Era uma vez um garotinho que se divertia em provocar as pessoas idosas. Ele também colocava apelidos nos colegas menores do que ele e os ofendia até fazê-los chorar.




Rosana, irmã de Renan, apenas dois anos mais velha do que ele, vivia repreendendo-o e aconselhando-o a respeitar a todos. 







Ele gostava muito da irmãzinha e prometia que se comportaria melhor. Mas ele sempre voltava a tecer ofensas, que lhe proporcionavam saborosas risadas.




Certo dia, ele estava voltando da escola e começou a prestar atenção em uma senhora idosa que caminhava lentamente e conversava com algo que havia dentro da sacola que ela carregava. Ele diminuiu o passo e virava o rosto para o lado, rindo da mulher, mas fingindo estar conversando com sua mochila.

Para a surpresa de Renan, em vez da mulher se sentir ofendida com sua atitude, ela se aproximou dele e perguntou: “Você também tem que esconder seus amigos brincalhões?!... Eu tenho três dentro da minha sacola!... Se eles caminhassem ao meu lado, só me causariam problemas. Eles parecem inofensivos, mas adoram pregar peças!... Sabe o que eles fariam com você se eu os deixasse sair?!... Eles o segurariam no ar e o carregariam até a minha casa de doces!... Lá eles manteriam essa sua boquinha ocupada, porque eles trariam mais e mais doces, e você mal teria tempo de mastigar... Eles se divertem muito em ver as pessoas comendo e comendo e comendo sem parar!...”.

Imaginando que a mulher não regulasse muito bem, Renan pensou: “É agora que vou me divertir!...”. Ele disse: “Eu adoro doces e quero comer um pedaço da sua casa!... Deixe os seus amigos me levarem até lá!...”.

Renan riu muito quando ela perguntou: “Tem certeza?!... Depois não diga que não o avisei!...”. Renan fez um sinal afirmativo com a cabeça. Mas o riso cessou, e ele começou a gritar quando três monstrinhos verdes, que pareciam feitos de geleia, saíram da sacola e o seguraram.




Rosana, que costumava ir encontrá-lo todos os dias, ouviu seus gritos e correu. Ele já estava a um metro de distância do chão, e ela encheu-se de coragem antes de saltar para alcançar seus pés. Sem saber para onde aqueles monstrinhos os conduziriam, Rosana fechou os olhos e começou a rezar.




A noite chegou, e Ricardo, o pai das crianças, estava muito preocupado. Ele as havia procurado em toda a parte, e a única coisa que ele conseguiu encontrar foi a mochila de Renan. 




Na casa de doces, Rosana implorava para a velha senhora deixá-los partir. Compadecida da insistência de Rosana, ela disse: “Menina boazinha, os seus conselhos não serviram para endireitar o seu irmão, talvez mais algumas das minhas guloseimas consigam adoçar a boca dele!... Sossegue!... Logo vocês poderão partir.”.

A velha senhora cumpriu a promessa de levá-los para casa. Mas, antes de desaparecer no céu carregada pelos três monstrinhos, ela ainda teve tempo de dizer: “Não se esqueça, garotinho, de que haverá sempre muitos doces na minha casa para adoçarem a sua boquinha!... No seu lugar, eu passaria a ouvir os conselhos de sua irmã!...”.

O pai das crianças recebeu-os de braços abertos e agradeceu à esposa falecida por tê-los protegido. Ele não acreditou em nada do que os filhos contaram. Mas ficou feliz quando as reclamações sobre o comportamento de Renan cessaram. 



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UMA VIAGEM PARA O SUCESSO


Carol, Clara e Eliana já estavam dentro do ônibus que as conduziria até a emissora de televisão. Elas gostavam muito de cantar e haviam postado vários vídeos na Internet. Para a felicidade das três garotas, o produtor de um programa musical assistiu aos vídeos e as convidou para participarem de uma gravação.

E lá estavam elas, maquiadas e vestidas de negro, apreensivas e receosas por terem que viajar naquele ônibus estranho, fornecido pelo produtor. No início da viagem, o ônibus não parecia tão estranho... Elas chegaram mesmo a achar a decoração fantástica: o ônibus adquiria um aspecto sombrio com todos aqueles morcegos, cobras e aranhas pintados em seu interior. E elas teriam continuado achando tudo muito divertido se não tivessem começado a desconfiar que havia algo errado com o motorista, que as conduzia por uma estrada deserta e escura.

Motorista?!... Aonde teria ido o estranho sujeito?!... Ele havia parado o ônibus, dizendo que precisava descer para verificar um dos pneus, e não retornara. O ônibus continuava ali, parado com a porta aberta quando, de repente, um vento muito frio entrou, e elas ouviram uma voz dizer: “Desçam do ônibus e sigam o som da minha voz. Se permanecerem aqui, serão transformadas em minhocas gosmentas e viverão na lama para o resto de suas vidas.”.

Carol e suas amigas obedeceram temerosas, porque a voz, acompanhada de risadas, tornava-se cada vez mais alta e assustadora. Quando elas chegaram em frente ao jardim de uma casa pequena e isolada, elas descobriram que a voz pertencia a uma fada e não a uma bruxa. O delicado serzinho alado possuía um rosto lindo, emoldurado por longos cabelos dourados. A fadinha desejava transformá-las em fadas para que pudessem ser eternamente amigas. E, zangada, transformou as garotas em sapos, quando elas recusaram sua oferta.

Sentindo-se desconfortáveis naquela horrível aparência, Carol, Clara e Eliana começaram a gritar e a pular como se tivessem enlouquecido!... E a fada, ainda revoltada com a recusa das garotas, ameaçou destruir o mundo se elas não reconsiderassem o seu pedido de amizade.

Enquanto as garotas se perguntavam como uma fada tão pequena conseguiria destruir o mundo, um mago apareceu e livrou-as do feitiço. Elas também ficaram surpresas quando viram o mago transformar a fadinha em uma bailarina e guardá-la dentro de uma caixinha de música.

Ele contou a elas que era o motorista do ônibus. O produtor do programa de televisão havia contratado os seus serviços para protegê-las naquele trecho enfeitiçado da estrada.

No dia seguinte, refeitas das tribulações da viagem, Carol, Clara e Eliana fizeram muito sucesso na apresentação!... Elas conseguiram realizar o sonho de criarem uma banda, e Carol se sentia uma estrela do rock toda a vez que subia ao palco como vocalista.



Sara Vitoria & Sisi Marques



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O ELEFANTINHO E OS CINCO PATINHOS

O elefantinho sentia-se triste e solitário, porque não conseguia fazer amizade com os cinco patinhos que moravam na lagoa do jacaré de boca enorme. Felizmente já não havia nenhum jacaré naquela lagoa. Os patinhos conseguiram enganar o jacaré de boca enorme escondendo-se no fundo da lagoa, e ele partiu à procura deles.

Embora os patinhos dissessem que o elefantinho era muito grande e desajeitado, ele gostava deles e estava quase sempre por perto. Certo dia, o elefantinho encorajou-se a perguntar: “Patinhos, posso nadar na sua lagoa?!... Eu gostaria de brincar com vocês!...”. Um dos patinhos, após se divertir com os outros e dar muitas risadas, respondeu: “Nunca, nunquinha, elefantinho!... Era só o que nos faltava: Depois de termos expulsado um jacaré, aceitarmos um elefante no grupo!... Vá brincar com alguém do seu tamanho e nos deixe em paz!...”.

Compreendendo a inutilidade de insistir em ser aceito, o elefantinho afastou-se cabisbaixo, mas logo retornou porque ouviu os patinhos gritarem: “Ajude-nos, elefantinho!... Ajude-nos!... Não desejamos servir de refeição para a raposa!...”.

O elefantinho mergulhou a tromba na lagoa e, depois, esguichou toda a água, que ele conseguiu sorver, na raposa. A raposa correu para a margem oposta antes de gritar: “Ah, elefantinho trapalhão!... Desta vez, você levou a melhor!... Mas eu voltarei para comer os patinhos!...”.

Temerosos de que a raposa cumprisse a ameaça, os patinhos aceitaram a companhia do elefantinho, e ele pôde, finalmente, realizar o seu sonho de brincar com os patinhos na lagoa do jacaré de boca enorme.