Enquanto Milton
segurava uma das vassouras que havia confeccionado naquele dia, o seu
pensamento se distanciou. Ele se viu novamente na praia, segurando a garrafa
que o mar trouxera. No interior da garrafa, estava a origem de sua desventura:
um mapa que o conduziria àquela ilha. Sim, ele vendera sua casa e gastara todas
as suas economias para chegar até aquele lugar onde, em vez de um magnífico
tesouro, ele encontrou uma bruxa que o obrigava a fabricar vassouras para
presentear as amigas.
O único momento em que
ele conseguia descansar era quando a bruxa saía para buscar o pó mágico, que conferia
às vassouras a magia do voo. Por um momento, ele pensou em apanhar uma das
vassouras que já haviam recebido o banho de pó mágico... Mas depois
arrependeu-se porque, em sua mente, ainda ecoavam as palavras da bruxa: “Monte
em uma dessas vassouras e, em vez de encontrar a liberdade, você encontrará a
morte.”
Um medo congelante o
impedia de fazer aquilo que o seu coração dizia ser o certo. Ele gostou do som
de sua voz quando ouviu suas próprias palavras: “Eu não preciso de medo e sim
de coragem!... Se eu partir de encontro à morte, sei que ela será mais
benevolente do que a bruxa que me escravizou.”
Sem pensar em mais
nada, ele montou em uma das vassouras mágicas e, no instante seguinte, ele
estava sobrevoando uma praia magnífica e sorriu ao imaginar que aquele era
apenas o início de uma aventura fabulosa!!!...