Mariluna é o nome da adorável contadora de histórias que
guarda um precioso segredo. Quando criança, ela sempre brincou de criar
situações de faz-de-conta manipulando objetos. Ela passava horas no quarto de
sua mãe, sentada em frente à penteadeira, usando os vidros de esmalte e de perfume
e os potes de creme como se fossem personagens das histórias que ela inventava.
Quem observasse Mariluna brincando, diria que ela gostava muito
de falar sozinha. Mas, na verdade, Mariluna nunca brincou sozinha. Ela conversava com o
seu amigo invisível e era para ele que ela contava as histórias, que floresciam
em sua imaginação. Ela não tinha coragem de dizer que um urso lhe fazia
companhia e apreciava a sua contação de histórias. Ela não compreendia por que
ninguém mais conseguia vê-lo, se ele parecia tão real!...
Atualmente ela usa o repertório que teceu na infância para
criar o seu próprio estilo de contação de histórias e tem doces lembranças
daquele tempo. Mas, a parte melhor desta história, eu ainda não contei:
Mariluna, em todas as suas apresentações, reserva uma cadeira que, para os
olhares curiosos dos espectadores, permanece sempre vazia. Apenas Mariluna consegue ver o urso,
com os olhos atentos e brilhantes, sentado na cadeira reservada, ouvindo suas
histórias.
Texto: Mayra Barros e Sisi Marques