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OS SETE VENDEDORES E O MISTERIOSO FUNCIONÁRIO



Duas semanas antes da Páscoa, Felipe viajou para o litoral, confiante de que, em sua fábrica e em sua loja de doces, tudo aconteceria como ele havia planejado. Enquanto ele dirigia, ficava imaginando o acréscimo que a venda de ovos de Páscoa teria, devido à sua brilhante ideia de comprar fantasias de coelho para os vendedores da loja.

Naquela mesma manhã ensolarada, os sete vendedores da loja, suando dentro das fantasias que acharam ridículas e desconfortáveis, realizavam seu trabalho mecanicamente. A alegria estava ausente e teria continuado bem distante se, de repente, um sujeito baixinho, também fantasiado de coelho, não tivesse entrado dizendo: “Ânimo, rapazes!!!... Precisamos trazer para esta loja o espírito da Páscoa: renovação e alegria!!!...”

Um dos vendedores comentou em voz baixa: “Que figura!!!... O próprio coelho da Páscoa perderia para esse aí!!!... Somos sempre os últimos a saber o que ocorre nesta loja. Ele certamente está aqui para supervisionar o nosso trabalho. É melhor nos animarmos, se não quisermos perder o emprego.”

Felizmente o que parecia uma maré de azar tornou-se um mar abundante em peixes. A alegria do recém-chegado, por mais que os vendedores teimassem em permanecer amuados, era contagiante!... Logo eles também estavam se desfazendo em sorrisos para as crianças, e o dia que prometia ser um tédio transcorreu prazerosamente. Mas, apesar da satisfação inesperada, havia algo que intrigava os vendedores: se não havia bolsos nas fantasias, de onde o estranho sujeito retirava os coelhinhos de feltro que ele distribuía a todas as crianças que entravam na loja?!... E os coelhinhos chamaram tanto a atenção das crianças que até mesmo aquelas que não possuíam dinheiro para comprar os ovinhos acabaram se aproximando. E os funcionários se surpreenderam ao verificar que as crianças menos afortunadas não saíam de mãos vazias: além de ganharem o coelhinho de feltro, ainda recebiam gratuitamente um ovinho de chocolate.

Quando Felipe retornou de seu merecido descanso, a Páscoa já havia passado, e ele ficou surpreso quando ouviu um de seus funcionários dizer: “Essa foi a melhor Páscoa que já tivemos!!!.... O senhor ficará muito satisfeito com os lucros, e nós gostaríamos de pedir-lhe que contratasse o Lelo para ser nosso gerente. Nós ficamos muito decepcionados porque pensávamos que ele continuaria conosco, e ele não retornou depois da Páscoa.”

Profundamente intrigado, Felipe disse: “Eu não sei a quem vocês se referem. A loja estava entregue em suas mãos, e eu não contratei mais ninguém.” Com a fisionomia iluminada por um sorriso, ele acrescentou: “Os números realmente superaram as expectativas!!!...  Considerem-se meus sócios a partir deste momento. Embora vocês não possuam capital, têm qualidades que dinheiro algum poderia substituir.”

Os funcionários entreolharam-se surpresos e emocionados. Foi apenas depois de alguns minutos que um deles conseguiu recobrar a voz para dizer: “Obrigado.”




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