Era uma vez um duende
que se considerava o dono da floresta. Ele andava de um modo muito engraçado, e
os animaizinhos riam dele o tempo todo!... Alguns diziam que ele se remexia
tanto, quando arrastava os pezinhos, que parecia uma geleia. Ele se zangava e
colocava as mãozinhas na cintura enquanto dizia: “Pensam que não ouvi?!... Eu
sou os olhos e os ouvidos desta floresta. Aqui nada acontece sem que eu saiba.”
Certo dia, porém, não
foram apenas os animaizinhos que o ouviram afirmar que nada acontecia sem que
ele soubesse. A bruxa, que começara a utilizar o tronco de uma árvore como
entrada para a sua casa subterrânea, também o ouviu e começou a gargalhar
enquanto dizia baixinho: “Geleia, geleia convencida, se permanecer fora do
vidro, poderá estragar!... Vamos providenciar para que fique protegida!... Um,
dois, três e já!!!...”
No momento seguinte, o
duende estava se debatendo dentro de um vidro pouco maior do que ele. Os
animaizinhos, no início, começaram a rir. Mas, depois, ficaram preocupados. Um
macaquinho ousou perguntar: “Quem prendeu o nosso amiguinho?!...” Todos ficaram
apavorados quando a bruxa apareceu, dançando ao redor de sua vassoura. Ela
respondeu: “Fui eu!... Agora serei eu a rainha desta floresta, e nada
acontecerá sem que eu ordene.”
A bruxa não teria
ficado tão confiante se soubesse que uma fada a observava, acariciando
docemente as pétalas de sua flor. A fada disse baixinho: “Rainha, rainha de
mentirinha, embora eu seja pequenina, o meu poder é maior do que o seu, e eu
ordeno que você liberte o duende e voe para bem longe, montada em sua vassoura!...
Um, dois, três e já!!!...”
A fadinha mal acabou de
pronunciar essas palavras, e todos, inclusive o duende, ficaram muito felizes
ao ver a bruxa, em sua vassoura, desaparecer entre as nuvens. Se você estiver
pensando que nada mudou naquela floresta, está completamente enganado!...
Embora o duende continue andando daquele mesmo jeito engraçado, e os animaizinhos
ainda riam dele; ele aceita a brincadeira e não se zanga. Agora, ele costuma
dizer: “Podem rir à vontade!... Estamos todos felizes, graças à fadinha amiga,
que é os olhos e os ouvidos desta floresta. Aqui nada acontece sem que ela
saiba.”
0 comentários:
Postar um comentário