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A CORUJINHA QUE NÃO SABIA CONTAR




Jainha era uma corujinha muito prestativa. Ela estava sempre pronta para auxiliar Jubinha, o leão. Certo dia, Jubinha perguntou a Jainha: “Você sabe quantos animais existem nesta floresta?” Jainha, que nunca mentira em sua vida, preferiu mentir a decepcionar o seu amigo. Ela respondeu: “Sim. Eu adoro contar!... Eu sei quantos animais há, quantas árvores, quantas flores!... Contar é o meu passatempo favorito.” Jainha preocupou-se terrivelmente quando ouviu Jubinha dizer: “Isso é bom, Jainha, muito bom! Você deverá contar os animais com frequência, porque existem rumores de que a bruxa de coração empedernido foi vista rondando as florestas e já roubou vários animais para transformá-los em pedra.”

Antes mesmo que Jubinha se afastasse, Jainha já havia mergulhado em seus pensamentos. Ela estava muito arrependida de ter mentido e sentiu necessidade de conversar com sua amiga, a professora Juju. Sem perder tempo, ela voou em direção à árvore da coruja que aprendera a ler e escrever, pousada no peitoril da janela de uma escola. Esperançosa, Jainha pensou: “Juju também deve ter aprendido a contar.”

Infelizmente, Jainha havia se enganado. Juju se preocupara tanto com as letras que não teve tempo de prestar atenção aos números. Jainha, após o seu encontro com Juju, pensou: “Se Juju aprendeu a ler frequentando a escola, eu aprenderei a contar.” E, todos os dias, lá estava a corujinha Jainha, pousada no parapeito da janela, com a atenção voltada para a lousa, ouvindo as explicações da Professora.

Da bruxa de coração empedernido, ninguém nunca mais ouviu falar. Mas a corujinha Jainha, após ter aprendido a contar, ficou tão famosa quanto a corujinha Juju, que havia aprendido a ler e escrever.



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