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LUÍSA E O GATINHO QUE ADORAVA CHEIRAR AS FLORES DOS VASOS


O desespero inicial cedera lugar à impotência... Luísa chorava acariciando o seu gatinho.  Ela o encontrara morto na calçada, bem em frente ao portão da casa onde morava. Um pensamento cruel a atormentava... Se ela entrasse segurando aquele ser sem vida, sua mãe a obrigaria a enterrá-lo. E Luísa chorava porque não desejava ver o seu gatinho partir.

Os minutos se passavam, e Luíza continuava sentada na calçada, segurando, no colo, o seu precioso tesouro. De repente, ela se lembrou de uma história que sua avó lera na última vez em que foi visitá-la. O cachorro do menino havia morrido, e ele ressuscitou quando o garoto cantou para as estrelas. Luísa sorriu ao ter uma ideia que lhe parecia magnífica: ela esconderia o gatinho no quintal e sairia à noite, para cantar para as estrelas.

Quando a noite chegou, a mãe de Luísa se ofereceu para ler uma história. A garotinha não conseguia prestar atenção ao que sua mãe dizia. Ela desejava apenas que sua mãe apagasse a luz e fosse dormir, para que ela pudesse sair e visitar o gatinho. A história, que sua mãe começou a ler, falava sobre flores, e Luísa se lembrou de que o seu gatinho adorava cheirar as flores dos vasos. Para evitar que sua mãe continuasse a ler, ela fechou os olhos e fingiu que havia adormecido. Quando sua mãe apagou a luz, ela esperou mais alguns minutos e saiu para ir ao encontro do gatinho.

O céu estava recoberto de estrelas. Luísa pensou que, se cantasse para elas, certamente, o seu gatinho voltaria a viver. Mas a esperança abandonou o coraçãozinho de Luísa no momento em que ela não conseguiu localizar a caixa onde havia colocado o gatinho. Ela suspirou tristemente ao imaginar que sua mãe descobrira o seu segredo e se livrara do pobre animal.

Luísa voltou para casa. Naquela noite, ela teve um sonho que confortou o seu coração. O seu gatinho havia ganhado asas e estava sobrevoando um jardim repleto de flores perfumadas e coloridas.

Quando Luísa acordou, embora ainda estivesse triste, ela sorriu porque sabia que o seu gatinho seria feliz naquele céu, que havia sido criado para acolher os animaizinhos.





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O GIGANTE GULOSO E A LUA






Era uma vez um gigante guloso.
Ele olhava para a lua e pensava
que ela fosse um queijo gostoso.
Ele estendia a mão para o céu
e não conseguia alcançar
aquela delícia, que fazia
seus olhos crescerem
e sua barriga roncar.

O gigante guloso comia, comia...
mas nada fazia
sua boca encher d´água
como aquele queijo gostoso
que ele via no lugar da lua.

Certo dia, o gigante guloso
teve uma ideia:
ele subiria na montanha
mais alta que encontrasse.
De lá, certamente, ele conseguiria
apanhar seu queijo gostoso.

Alcançar o topo da montanha
foi muito fácil para o gigante guloso.
Mas, o queijo gostoso,
ele nunca conseguiu alcançar.



 Texto: Sisi Marques

Foto:  Magda Cunha

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HORA DA LEITURA!


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ACONTECEU UMA SEMANA ANTES DO NATAL




Faltava uma semana para o Natal, e Ursinho, muito preocupado, procurou o seu amigo Renazinha para dizer:

– O Papai Noel terá que cancelar o Natal, porque os brinquedos sumiram!... E o pior de tudo é que eu acho que sei quem os roubou.

Renazinha exclamou:

– Eu também!... Eu me lembro de quando você disse que não podíamos confiar naquele mago que se ofereceu para ser ajudante dos duendes. Mas por que ele roubaria os brinquedos?!... Não seria mais fácil ele fabricá-los com sua magia?!...

Ursinho endireitou o chapeuzinho, que costumava usar em uma das orelhas, antes de responder:

– O mago não conseguiria utilizar sua magia para fabricar brinquedos. Lembre-se de que ele chegou a confessar que, no lugar de onde veio, ele não usava sua magia para o bem. Ele implorou para que o Papai Noel o deixasse ficar, porque ele desejava reparar todos os seus erros. Não temos tempo a perder: precisamos segui-lo. Toda a magia deixa um rastro; não será difícil encontrá-lo. Não me olhe com essa carinha de reprovação!... Eu sei que nos aconselharam a não sairmos sozinhos, mas isso é uma emergência!... Eu não sei voar...  Você acha que consegue aguentar o meu peso?...

Renazinha respondeu afirmativamente, e os dois partiram seguindo o rastro luminoso que a magia do mago havia deixado no céu. Quando eles avistaram uma fábrica de brinquedos velha e abandonada, Ursinho exclamou: “É ali!...”.

Renazinha e Ursinho pousaram e entraram na fábrica. Decepcionados ao verificarem que estava vazia, Ursinho exclamou: “Aquele mago trapaceiro conseguiu nos enganar!...”. Desanimados, eles sentaram para descansar. Mas, minutos depois, eles se surpreenderam quando o mago apareceu misteriosamente e disse:

– Perdoem-me, amiguinhos, o trabalho que lhes dei... Eu não roubei os brinquedos... Eu os tomei emprestados, porque sei que os brinquedos que saem das mãos dos duendes do Papai Noel são mágicos e inesgotáveis. Hoje, eles encheram de alegria o coração de muitos adultos que não puderam recebê-los quando crianças. Esses adultos eram filhos de empregados que trabalhavam para mim, nesta fábrica. Isso aconteceu há mais de meio século... Eu usava minha magia para intimidar os funcionários e obrigá-los a trabalharem até mesmo na Véspera e no Dia de Natal. Os seus filhos ficavam tristes e, em sua revolta, afirmavam que o Papai Noel não existia. Vocês sabem que o Papai Noel não consegue visitar os lares onde as crianças não acreditam em sua existência. Hoje, aquelas “crianças crescidas” passaram a acreditar!...  Nunca é tarde demais para revestir o coração de esperança!...

O mago se emocionou, e as lágrimas começaram a rolar em seu rosto. Renazinha e Ursinho também estavam com os olhos úmidos. Mas a emoção cedeu lugar à alegria quando os brinquedos começaram a aparecer em profusão. Feliz da vida, o mago exclamou:

– Eu disse que os brinquedos que saem das mãos dos duendes do Papai Noel são mágicos e inesgotáveis!!!... O que estamos esperando?!... Embora a minha magia não seja pura o suficiente para fabricar brinquedos, ainda é boa o bastante para nos transportar e levar também todos esses brinquedos para a fábrica do Papai Noel.


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UM JOVEM CANSADO DE SER PRÍNCIPE

Era uma vez um jovem que estava cansado de ser príncipe. Ele desejava viver longe do castelo e sem preocupações.

Certo dia, uma fada concedeu-lhe um desejo, e ele pediu a ela que o transformasse em um sapo.






Ele foi morar no brejo e conheceu uma sapinha encantadora.


Feliz da vida, ele pensou: “Eu sempre suspeitei que o meu grande amor vivesse fora das paredes do castelo.”